quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A MARGARIDA TRISTE:: (trabalhar inclusão)


Maria Helena da Silva Meller

Marga era uma margarida que faltava duas pétalas. Por isso ela vivia sozinha, longe das demais flores e dos animais, porque se sentia feia. Marga remoia suas tristezas quando ouviu o papagaio:
-         Haverá a terceira festa da primavera , todos estão convidados. Haverá a terceira festa da primavera, todos estão convidados!
Marga pensou:- quando será?  Onde será?  Mas também não importa, eu não irei. Todos riem de mim, pois me faltam as pétalas.
Neste momento ela ouve: - Bom dia-ia-ia, como vai? Ai? Ai?
-         Você sente alguma dor, seu sapo? - Pergunta a margarida.
-         Não, ão  ão. - Responde o sapo.
-         Você está zombando de mim? -  Retrucou a margarida.
-         Por que faria  ia  ia, uma flor tão bonita ita  ita. - Diz  o sapo.
-         Eu sabia !  Me deixe em paz ! - Revida a margarida.
-         Que paz, az , az ...  Com este ar de tristeza, eza, eza.
-         Pare com isto !
-          Como  omo, eu não sei, ei
-         Fale direito, senão, eu não respondo.
-         Então ficaremos  emos  emos  calados  ados  ados. Porque é assim que eu falo, alo alo.
Alguns minutos depois, Marga fala:
-         Está bem, bom dia!  Como vai?
-         Agora, ora , ora muito melhor, com a sua companhia, ia  ia. – Responde o sapo.
-         Com a minha companhia? É a primeira vez que ouço isso – pensou marga.
-         Sim, está linda   inda  Margarida ida, ida.
-         Mas, meu nome é Marga.
-         Marga, eu não entendo , endo, endo.
-         Eu explico  ico  ico – brincou marga.
-         Agora ora  ora você está zombando de mim.
-         Me desculpe. Quando eu percebi que me faltavam as pétalas, me senti amarga e as outras flores me chamam de marga.
-         Ora essa  essa. Vamos acabar com isto, isto! Vamos a festa esta,  na floresta  esta e você vai ver, ver.
-         Não posso, não irei, nunca fui, afirmou Marga.
Neste momento novamente passa o papagaio:
-         Haverá a terceira festa da Primavera, todos estão convidados.
Marga ficou irritada : - Por que o papagaio não diz o local e o horário da festa?
-         É que ele só repete ete, ete  o que lhe mandam  andam, andam, e como ele não percebeu ainda, continua  repetindo, indo, indo. Para você ver, er , er  ninguém é perfeito  eito  eito.
-         Mas eu não vou. – Diz Marga.
-         Está bem, em, em. Amanhã a tarde  arde eu por aqui passarei, ei, ei...-Disse o sapo.
Marga ficou mais triste ainda, porque agora possuía um amigo e seu amigo irá à festa.
Na tarde seguinte, Marga ouve: - Você está linda, inda. Já iremos, emos – disse sorrindo o sapo.
-         Marga ficou surpresa – Mas ... eu ... não...
-         Oh sim, im, im você não sabe o local al  al. Mas não se preocupe upe, upe, minha flor, porque eu sei, ei.
E Marga, meio sem jeito, respira fundo e segue seu primeiro amigo, ela não podia decepcioná-lo.
O que viu  Marga quando na festa chegou? Muitas flores e animais. Contudo,  uma surpresa.. .
- Bom dia  ia ia, dona centopeia, éia  éia ou melhor, dona cinquentopéia, éia, éia – Brincou o sapo.
E a centopeia responde: - Já lhe disse amigo sapo, que tenho cinquenta e seis patinhas, não são cem, mas também não são cinquenta –disse sorrindo a centopeia.
-         Sai da frente  - gritou uma abelha.
-         Pode seguir amiguinha, inha, inha, todos estão te vendo, endo, endo.
-         Pelo que ouço é o compadre sapo. Muito obrigada, você são os meus olhos, já que não enxergo – Agradece a abelha.
 Marga, calada ia observando tudo aquilo, a alegria da bicharada e não entendia, pois todos tinham alguma coisa diferente, para não dizer “problema”.
-         Quem é sua amiga ?  - perguntou um trevo de quatro folhas.
-         Esta é Marga arga, arga, uma linda flor, or, or
-         Sem dúvidas – respondeu o trevo com quatro folhas.
Então  chegaram os outros trevos com três folhas e brincaram: _- Aí trevo, você com uma folha  a mais bem que poderia dar uma a sua amiga..
Marga entristeceu, mas logo foi reconfortada, pelo trevo:  - Ela não precisa, ela é completa, é linda !
Os trevos de três folhas se sentiram a mais e saíram. Então o sapo falou – Nem sempre  empre  empre é bom ser comum um  um. Vocês são todos iguais ais ais.
O trevo convidou Marga e o Sapo para a comilança  e também para a dança.
Marga, a tudo e a todos observava, cada qual com as suas diferenças, ou seja, cada qual com o seu  “jeito”.
Então dela se aproxima um pássaro  e ela não percebe – Bom dia jovem. Como vai?
-         Eu estou bem e você ? responde marga.
-         Muito bem, com esta festa aqui embaixo, já que me falta uma asa e não posso voar .
-         Mas se você precisar ... Como faz ?
-         Chamo meu amigo urubu, é este que está chegando – responde o pássaro, bem-te-vi.
-         Mas é um pombo diferente – observa Marga.
-         Pera lá dona rosa, não sou pombo.
-         Rosa não, eu sou uma margarida.
-         Pombo não, eu sou um urubu e não ria.
O sapo observa a cena e se aproxima :
- Amigo brancão, ão, ão, como está o tempo, empo, empo lá em cima, ima, ima ?
-         Amigo sapo, lá em cima temos a vantagem de não ouvir certas bobagens – retruca o urubu .
-         Calma Urú, quero lhe apresentar Marga, é a primeira vez que ela vem em nossa festa – Diz o Bem-te-vi.
-         Ela é muito especial, al ,al,  muito amiga, iga,iga,  a respeite, eite, eite, como nós todos nos respeitamos, amos, amos.
-         Está bem, do que falavam ? – Pergunta o urubu.
-         Eu dizia – fala o Bem-te-vi  - que minha asa não me faz falta porque tenho você que me ajuda, você é a minha asa que falta.
-         É brancão, ão, ão , você  completa o Bem-te-vi  te vi   te-vi.  Afirma o sapo.
-         Não é assim, não . Ele é ele. E eu sou eu – Falou o urubu meio sem graça.
-         Você percebeu, eu eu, Margarida que cada  ada  ada  um é um, do jeito que é, porque assim   im  im o fez a natureza  eza   eza. – ainda, continua o sapo - E é a diferença  ença  ença que faz a riqueza   eza   eza  para o complemento  ento  ento. 
Ah ! Eu sou um sapo  apo  apo  e isso me faz feliz  iz  iz ...
-         É amigo sapo! Temos que aprender que somos completos, mesmo que pareça faltar algo . Mas confesso que não é fácil – reclamou Marga.
-         Mas eu não disse que era, era . O importante ante ante é sentir a vida  ida e entender que ninguém  em em é perfeito, feito, feito, ou com defeito, feito, feito ou imperfeito, feito, FEITO
                Entendeu ? eu  EU.