Maria Helena da Silva Meller
A assessoria pedagógica à
secretaria de educação do município de Turvo-SC, principiou no final do ano de
2013. Elaborou-se o planejamento estratégico para 2014. Dentre as ações, formação
para gestores e para a equipe da secretaria de educação, composta pelo
secretário Jair, coordenadoras pedagógicas: Dione, Maria José, Elenita, Márcio,
Valdete, Rose e a psicologia Marizete.
Iniciou-se os trabalhos, dividindo-se em um
encontro mensal, matutino com toda a equipe da secretaria mais as diretoras das
escolas, tendo aí o GE- Grupo de Estudos e vespertino, somente com a equipe,
denominado GT – Grupo de Trabalho.
Em fevereiro de 2014, trabalhamos
com o GT, somente planejando o ano. Em março, o primeiro encontro do GE, foi
feito o levantamento das necessidades de estudo e partimos da realidade
percebida por cada grupo, em cada espaço. O curso acontece uma vez por mês, com
duração de 4 horas, e as “tarefas” on line. São enviados textos para subsidiar
as reflexões. Primeiro tema, o papel do gestor na instituição escolar, decorrente
desse, a importância do planejamento estratégico para a organização da escola
em seus aspectos comunitário, pedagógico e administrativo.
Um texto fundamental
estudado foi educando o olhar da
observação de Madalena Freire (1996), que auxiliou na reflexão do perfil de
um gestor que possua autoridade, seja democrático, saiba administrar os
conflitos sem levar para o nível pessoal. Conseguir enfrentar cada adversidade
sem receio, reconhecer as limitações, estudar as suas atribuições, as normas e
leis pertinentes à educação escolar.
Em cada encontro se prevê,
na pauta, alguns minutos para que a secretaria possa se manifestar-se, assim
como para que cada diretora partilhe com as colegas o que vem acontecendo em
sua escola, sobre eventos, projetos, etc. isso faz com as diretoras considerem,
sustentes suas falas, suas ideias e socializem as ações positivas que vem
ocorrendo nas U.E,s, pois as demandas negativas, o povo e a imprensa, por vezes,
levam para as ruas.
Ao mesmo tempo com o GT,
tratávamos dos princípios da Rede, das linhas filosóficas e teóricas, dos
documentos existentes no sistema: Rede e CME. Criou-se a missão, a partir das discussões sobre o cotidiano, cultura,
projeções: “Promover uma educação
inclusiva, respeitando a singularidade de cada Ser, proporcionando
o desenvolvimento integral do sujeito para que exerça sua plena cidadania.”
O trabalho com o GT implica nos estudo do GE que, por sua vez, suscitam
nas matérias a serem aprofundadas, a exemplo da necessidade de planos na
escola, não somente para os docentes, contudo também para as diretoras, que
administram a instituição. Questões, como conduzir reuniões, manter registros
em dia, respeitar normas e leis vigentes, não somente pela questão ética e
organização, também pelas questões jurídicas.
Com relação ao funcionamento
do cotidiano da secretaria de educação, também foram feitas algumas alterações,
indicou-se coordenadoras para o GE geral e para o GT, ainda coordenação para as
reuniões internas e para as reuniões com a assessora, no caso, eu. Assim,
verifica-se encaminhamentos mais efetivos. Desde os convites, lembretes,
pautas, condução das atividades planejadas.
À medida que o GE refletia a
prática à luz de teorias, o GT iniciava um novo estudo, reorganizar a proposta
curricular da Rede, atendendo às DCNs e o princípio democrático da participação
de todos os docentes.
Passamos a nos encontrar
quinzenalmente para que o GT conseguisse se aprofundar, teoricamente, nos
seguintes tópicos: Linha filosófica - Teorias de aprendizagem; Conceito de
currículo – concepção; Gestão democrática; Planejamento; Avaliação; Metodologia;
Perfil docente; Inclusão - diversidade, educação especial; Conteúdos; docência;
Educação Infantil; Áreas de conhecimento; Alfabetização.
Discutir sobre proposta
curricular, em princípio pensa-se nos conteúdos desenvolvidos nas salas de
aula. No entanto, partindo das pesquisas em Moreira, Candau, Sacristan e
Santomé, o grupo percebe que é necessário ampliar os estudos, para tanto os
temas descritos foram selecionados para matéria do GT, antes mesmo de iniciar
os trabalhos com as diretoras e professores. Existe uma compreensão de que uma
aula, em uma concepção interacionista, existem vários elementos que não somente
alunos, professor e conteúdo. Há que se pensar em quem são os estudantes, o que
desejam, como aprendem, qual sua cultura, conhecimentos prévios, entre outros.
Assim, paralelo ao GE, o GT estuda currículo e elabora a metodologia para o
desenvolvimento com todos. Em 12 de julho, abriu-se para o Grande Grupo a necessidade de reestrutura da proposta
curricular, para tanto a formação sobre currículo, e apresenta-se a proposta
metodológica para a condução dos trabalhos.
Para cada tema a ser estudado ficou uma
coordenador/a e uma diretora, após os estudos, produzindo um texto sobre seu
trabalho.
Na prática, neste momento foi encaminhado um questionário
para todos os docentes para conhecimento de seus conceitos sobre currículo e
dos suas aspirações sobre a sua participação na elaboração em uma proposta, bem
como como deve ser e conter neste documento, após o processo de estudos.
O trabalho com os dois grupos tem sido muito
gratificante, porque se percebe o interesse e comprometimento de cada
professora em sua atribuição atual, diretora ou coordenadora. Suas
curiosidades, ouvir suas superações.
Para a Formação de fevereiro 2015, com os docentes se prevê
desenvolver os temas em forma de minicurso. Elaborou-se um Cronograma para as
etapas seguintes: palestras com especialistas para as áreas de conhecimentos,
bem como, encontro entre os docentes que atuam nas mesmas séries, e docentes com
os mesmos componentes curriculares.
A segurança de cada profissional, diretoras e
coordenadoras, é indicador de que estamos em uma caminhada pautada na ciência,
na realidade e na confiança. Porquanto, o projeto segue conforme os princípios
de colaboração, participação e compreensão dos envolvidos.
Sou muito grata à equipe por partilharem comigo um momento
tão importante desta trajetória.
Referências
Bibliográficas:
BRASIL, Lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional. D.O.U.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de
Educação Básica. Diretrizes curriculares Nacionais para educação básica /
Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MOREIRA, Antônio F.. A crise da teoria
curricular crítica. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. 2 ed. Rio de Janeiro:
DP&A, 1999.
SACRISTAN
Gimeno. Currículo, uma reflexão sobre a
prática. Artmed. 2000
WEFFORT, Madalena Freire. Observação, Registro, reflexão:
Instrumentos Metodológicos I. São Paulo: Espaço Pedagógico. 1996.