Maria Helena
Muitos filósofos clássicos possuem
suas frases de efeito repetidas até a atualidade. Com a psicologia, temos
terapeutas que assumem determinada escola e seguem seus gurus. Sem dúvida o conhecimento,
a epistemologia sobre o desenvolvimento da criança e adolescente auxilia e,
muito, aos educadores, quer familiares ou professores. Porém, o mais importante
é pensar e agir no presente, pois é nesse cenário que vivemos.
O presente deve ser vivenciado
espontaneamente, naturalmente, sem pressupor a possibilidade de “ajustar”
crianças e adolescentes em determinado padrão, na confiança que serão saudáveis
no futuro. Um presente saudável, o aqui e o agora são as certezas de uma
construção bem elaborada. Assim, o viver o presente, focar no presente, sem
querer acelerar nada. Sem mais slogans que as crianças são o futuro. É obvio,
contudo, antes disso, elas são o presente.
Como estão sendo cuidadas e
educadas as crianças bem pequenas, as pequenas e adolescentes? O que está sendo
oferecido a elas para o lazer, alimentação do corpo, das emoções e
espiritualidade. Como estão hoje? O que fazem? São alegres, criativas, espontâneas,
comunicativas, seguras, confiantes? Cooperam, colaboram, seguem regras, sabem
esperar, respeitam limites? No presente, estão cumprindo seus papeis de
crianças e adolescentes, na atualidade?
Basta vivenciar nas políticas,
programas voltados à infância e adolescentes, nas escolas, todos os projetos
visam contribuir na formação de um sujeito reflexivo, cidadão...não se percebe
um olhar para o presente da infância, pelo menos no Brasil, há uma
massificação, mesmo nas bases teóricas. A universidade possui muitas pesquisas,
que em princípio parecem relevantes, inéditas, porém o que, de fato, esse
potencial teórico contribui para a vida atual dessas crianças e adolescentes?
O futuro de toda a humanidade
não será feito somente das crianças e sim daquilo que o adulto de hoje projeta
para elas, porém as tratando com dignidade e respeito, hoje. Permitindo o brincar,
a espontaneidade, o seu desenvolvimento de forma mais natural, menos
padronizada. O educador precisa fazer um esforço para perceber o presente não
somente desses grupos, mas, também, enquanto adulto, deligar-se do ontem, não
viver no amanhã e sim o seu hoje.