sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Eleições e Políticas da Educação

  

                                                                Maria Helena                              

          A filósofa brasileira Lúcia Helena Galvão afirma que aquilo que está por trás das mazelas e misérias humanas é o egoísmo humano, se for procurar no íntimo, é isso. Pauto minha escrita neste princípio: valores nobres em humanidade.

 Gostaria de ser otimista o bastante para acreditar que algumas plataformas de campanha eleitoral são leais e reais.

Estamos em um ano de muita seriedade, pois o País irá eleger os representantes, para comprovar que, de fato, fazemos parte de um cenário democrático.

Quando somos convidados ou chamados para representar alguém ou uma ideia, primeiramente devemos reconhecer o nosso nível de responsabilidade. Se o aceite nos colocará em uma situação clara para todos, ou o aceite traz apenas ganhos pessoais.

O Brasil é um país com grandes extensões, tanto geográficas quanto culturais, o que oferece um suporte para diferentes: valores, conceitos, interesses. Isso pode convergir em muitos conflitos.

Posso falar a partir da janela da área da Educação. Nossos futuros representantes não precisam fazer “promessas”, basta fazer o levantamento do número de leis (legislativo) que não foram colocadas em prática (executivo). Questionar os vários conselhos, para não ficar divulgando proposta que, além de não serem da sua alçada, estão previstas em leis. Fato, é muito incômodo ouvir este tipo de projeto. Não vou dizer que é engraçado, porque o assunto é muito sério.

Penso que não resolve citar PME, PEE, PNE ou os Fóruns, para isso há o acompanhamento e a avaliação. Dialogar sobre educação precisa ter o ouvir, o ver, o falar, pois escrever é muito fácil.

Ratificado, o País é continental, sabemos disso, outro fato, prometer criar um SNE - sistema nacional de educação – isso, quem está no interior das escolas, entende que não é a bala de prata, porque enquanto os sujeitos se importarem somente com as siglas partidárias ou com a sua cadeira, pouco mudará.  E há uma grande caminhada da própria categoria.

O que é necessário, neste momento, é fazer de algumas práticas, de algumas políticas terem força de lei. Usar dos vários órgãos competentes para aquilo que está na lei, seja cumprido. Não conversem somente com os dados, conversem com os fatos do chão das escolas, com os profissionais da educação. Pessoas: profissionais, estudantes e familiares têm sonhos, são brasileiros que os elegem.

Se não pensarem nas pessoas, pensem nos organismos externos fazendo advertências às unidades escolares e Redes públicas e/ou privadas.

Aquele candidato que tem em  seu projeto a educação escolar, certamente conhece o contexto.

Amor próprio não é egoismo

Self-love is not selfishness           

Maria Helena

  Este canal destina-se à formação continuada, não somente profissional, pois dentro deste, há um ser e, em tese, humano. Não uma humanidade pautada em uma visão daquele que possui inteligência, portanto se difere dos outros animais. É, sim, uma percepção de humanidade, que a cada dia busca se construir em um amor por si.

Nossa sociedade contemporânea, ainda, reproduz o contexto vivido na modernidade. Em nome da arte e do belo, ainda da espiritualidade, ou religião, muitos modelos imperam e, adequar-se aos padrões, nem tão discretamente pulverizados na sociedade, é um acordo tácito entre cidadãos. Eu entendo como um pacto entre mediocridades.

Somos seres sociais, precisamos dos outros por diversos fatores. Mas, para isso é necessário se reconhecer no cenário, o qual se vive. Ainda, se reconhecer nos potenciais, nas possibilidades que a vida oferece e perceber se está doando o melhor de si para si mesmo. Isso não é egoísmo, partindo do suposto que para amar ao outro eu devo ter desenvolvido um amor por mim. E isso significa o cuidado com a minha vida, respeito com os meus pertences. Saber que somos uma referência, enquanto ser humano, no nosso espaço social. Entender a necessidade da completude.

Iniciei dizendo que este é um canal de formação, reforçando agora essa compreensão da observação de si para além dos números de nossos documentos e títulos acadêmicos.

Entendo ser bastante difícil este mundo frenético de informações, gera um ambiente que, por vezes, escorregamos, esquecendo nossos valores mais sagrados, nossa essência.

Hoje não cabe procurar justificativas nas áreas de filosofia, psicologia, antropologia...é simples...é perguntar o que de bom, bonito, real eu tenho a oferecer para mim e para aqueles que encontro em qualquer ambiente ou situação.

O egoísmo está em quando eu imagino ser merecedor de um apreço maior do que os demais, quando não tenho a dimensão de quem eu represento para mim e os demais, desconhecendo as falhas, as incoerências que todo ser humano possui, pois está em busca do completar-se. O egoísmo dói, fere, machuca. O amor próprio cuida, cicatriza, compreende as próprias defesas.

A tão falada empatia, colocar-se no lugar do outro, para daquele lugar olhar o mundo e, então, tentar compreender o outro. Parece contraditório, porém as vezes nos colocamos no lugar dos outros e não nos colocamos em nosso lugar real, sem fantasias. Para eu cuidar do outro, devo saber cuidar de mim.

É um exercício diário, a cada dia, a cada dia, semana.. alimentar este cuidar de si. Aprender com a natureza, a paciência no desenvolvimento, as reservas para momentos de necessidade, a luz não somente para brilhar, mas para iluminar, o calor na medida certa, as estações, o escurecer para voltar-se para si, o amanhecer para recomeçar.