Teaching planning: how to elaborate general and specific objectives
Maria Helena da Silva Meller
Muitas são as produções
sobre planejamento escolar. Planejamento educacional, de curso, de ensino, de
aula, entre outros. Destaca-se o diagnóstico
como parte essencial e, de fato, sem esse não há como planejar. Ou
confundir o diagnóstico com o mero levantamento de dados, também compromete o
planejamento. Contudo, esse texto tem como foco a elaboração de objetivos, por
perceber a limitação de muitos docentes, ao elaborar o objetivo, apenas observando
o verbo inicial.
A avaliação da aprendizagem,
com seus recursos, critérios e indicadores está intimamente ligada à elaboração
dos objetivos. No entanto, os professores, em sua grande maioria, não tem essa clareza.
Como avaliar o que o estudante se apropriou, se não há definição dos objetivos
por aula? São específicos para aquela aula. Esses objetivos específicos
devem desenvolver qual objetivo geral?
Um instrumento avaliativo,
fiel e bem-sucedido, deve abarcar os conteúdos ensinados, de forma explicita.
Portanto, objetivo específico, ou seja, a operação mental, a competência, a
habilidade que o estudante deve desenvolver com cada conteúdo, compreender, analisar, diferenciar....
O objetivo para ser designado
geral e/ou específico, não depende somente do verbo utilizado e, sim do
contexto, da quantidade de tempo necessário para o seu desenvolvimento. Exemplo
de verbo utilizado com frequência como específico: diferenciar, diferenciar qual elemento? Diferenciar ambiente
natural de ambiente social. Para qual série? Idade? O que estudaram
anteriormente? Em apenas uma aula é possível apreender sobre os dois ambientes
e, ainda, diferenciá-los? Supõe-se que foram, no mínimo, duas aulas anteriores
para compreender - caracterizar
– ambiente natural, após a síntese do
que é um ambiente natural, os mesmos objetivos para o ambiente social. Para que
o estudante consiga a operação mental diferenciar,
deverá ter caracterizado cada um, identificando as diferenças.
Um componente curricular tem
o seu objetivo geral, a razão de ser na matriz curricular. Exemplo língua portuguesa, (não sou desta área,
me desculpem colegas desta, professores) existe um grande objetivo que perpassa
as quatro habilidades, ler, escrever, ouvir e falar. Um objetivo geral ficaria mais ou menos assim:
Ø Compreender a importância da língua
portuguesa como instrumento de comunicação, capaz de desenvolver a leitura, a
escrita, a fala e o ouvir, perpassando os vários elementos que sustentam tais
habilidades.
Observe, o objetivo deve ser direto,
claro, não necessita justificativas.
·
Justificativas são utilizadas em outras
situações de planejamentos, assim como percentuais.
Percebe-se que esse objetivo
desenvolve-se ao longo da disciplina, ou seja, quando o estudante egressa do
ensino médio, deverá Compreender (.......)
pois não é possível desenvolvê-lo em apenas um, dois ou até três anos, haja
vista a extensão de conteúdos desta disciplina. Logo, quais seriam os objetivos
deste componente curricular, para a educação infantil? As séries iniciais? Para as séries finais do
ensino fundamental? E para o ensino médio?
Faça o mesmo exercício para
o seu componente curricular, ou disciplina, ou módulo.
Quando o referido docente
tem o objetivo geral para
esse componente (isto está no projeto pedagógico da Escola) é esse que servirá
de base para que os demais professores elaborem os seus objetivos gerais, para
as séries iniciais, finais e médio. Portanto,
o objetivo geral de cada nível, se comparado ao geral passa a ser específico.
Essa compreensão é fundamental ao docente.
Vejamos o objetivo geral da língua
portuguesa: (específico se comparado
ao geral)
Ø As
séries iniciais – compreender a importância social da escrita e da leitura .–
portanto ensina-se ler, escrever textos variados. Compreender diferentes tipos
de literaturas, linguagens...
Ø Cada
uma das séries deverá elaborar o objetivo para aquele ano escolar, sem
perder de vista o objetivo das séries iniciais e nem do componente
curricular GERAL.
Ø Cada
série terá o seu objetivo que denominará GERAL, pois desenvolverá em um
ano. Porém, se comparado ao GERAL do componente curricular, será específico.
Isso vale para qualquer
outra série, disciplina ou módulo.
Ao elaborar o seu
planejamento, o docente deverá perceber o tempo para desenvolvê-lo. O ideal
seria um planejamento único daquele componente para a escola inteira.
Obviamente, cada educador ministrando os conteúdos de acordo com as
características de sua turma.
Quando trato de um planejamento
único, me refiro ao GERAL, pois se o componente curricular é o mesmo, como
no exemplo: língua portuguesa, em uma
determinada instituição, o que irá modificar são as estratégias, procedimentos
de acordo com a idade dos estudantes das turmas. A própria metodologia, como
parte de uma teoria de aprendizagem é a que está prevista no PPP, assim, como a
avaliação, ainda, seguindo os dispositivos de legislação.
A partir do planejamento geral do componente, cada
professor elabora o seu, de tal modo, facilita a coerência, a continuidade no
desenvolvimento da disciplina. Igualmente, evita-se rupturas, fragmentação,
sobreposição de conteúdos. Sem dúvidas, ratificando a necessidade do
diagnóstico em cada turma.
De acordo com o diagnóstico e com o plano geral da série (organizado a partir do GERAL do
componente curricular) elabora-se o plano de aula.
(Entendo as dificuldades que
o docente enfrenta, tempo para planejar, a escola concreta, isso faz parte de
outros escritos.)
Lembrando que, para elaborar
o objetivo de uma aula, se deve saber a quantidade de tempo, 40 minutos,
90...deixamos tarefas - dever de casa para ser “corrigido”, etc?...para o
desenvolvimento de cada objetivo, quanto tempo? Isto é imprescindível,
porquanto, reforçando é a operação mental que o estudante desenvolverá nesta
aula, no caso, aqui ESPECÍFICO.
Devendo estar destacado no plano escrito, isto facilita na hora de elaborar os
instrumentos avaliativos.
Fica evidenciado, portanto,
antes de pensar no verbo – se geral ou específico – devemos lembrar que verbo é ação, neste caso ação do
apreender, compreender, analisar, verificar, sintetizar, O objetivo está sempre
focado no estudante.
Para verificar se o objetivo
específico está coerente com o geral do ano letivo, ou de um conteúdo maior, ao
final da redação pergunte – para quê? Exemplo:
Identificar
a terra com um planeta do sistema solar, sendo nesse planeta que habitamos. Para
que? Para compreender o sistema solar como um conjunto de planetas, asteroides
e cometas que giram ao redor do sol por força gravitacional exercida pelo
astro. No caso, esse
seria o objetivo geral, porque não se esgota em uma aula. O objetivo
geral, sempre que responder de forma coerente ao específico, este estará
redigido de forma correta.
Sabe-se e aprendemos que (Alguns)
objetivos gerais iniciam:
ü Esse
programa objetiva Contribuir na
formação...........
ü Este
espaço pretende Propiciar situações...
ü Esse
projeto visa Assegurar ambiente
de troca......
Geralmente são objetivos
utilizados em projeto, sendo esse,
também, uma forma de planejamento. Contudo, observe que cabe ao projeto
“manter” as situações para que as ações – verbos – sejam desenvolvidas.
O planejamento escolar deve
pautar-se mais no estudo da realidade, no diagnóstico, simplificar sua escrita
para que seja aplicado, de fato. Observo, por vezes, educadores, presos ao ato
de planejar, como uma “simples” redação de palavras “bonitas”, “diferentes”
descomprometidas com a ação docente. O planejamento, com seus objetivos, servem
para organizar e orientar o fazer cotidiano da docência.