SCHOOL EVALUATION IN TECHNOLOGY TIMES
sexta-feira, 22 de maio de 2020
AVALIAÇÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE TECNOLOGIA
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Tempos de pandemia e globalização: novo cenário da educação escolar
O desejo de algumas sociedades, durante muito tempo, era ter tudo em comum. Contudo, a relação de poder, que se estabelece entre os seres denominados humanos, não permite aos mesmos viver em harmonia. O comum, comunitário, há que se pensar nos diversos grupos que compõem a sociedade, partindo de seus valores e sua cultura.
A globalização surge de uma visão
neoliberal, tendo o capital como prioridade e não partilhar os benefícios com
os diversos países, independente de seu ranking.
Estamos vivendo sob um novo paradigma e
cada ciência lança sobre o mesmo o seu olhar, descrevendo as características a
partir de sua posição política e filosófica. Portanto, ao ler este texto serão
várias as "opiniões" sobre o mesmo.
Fazendo uma incursão na história
podemos perceber momentos aos quais a humanidade teve que se adequar
rapidamente às novas condições impostas, guerras, “holocausto”, peste negra,
gripe espanhola, tsunamis, furacões... Ainda, com relação às questões da
economia, da agricultura manual para as máquinas, do serviço artesanal para a
manufatura, à revolução industrial. Todas essas situações geraram novas
condições à humanidade, ocasionando incerteza, insegurança, buscando um
continente seguro nestes tempos de improviso e provisório.
Improviso sim, pois um novo paradigma
não permite tempo para planejar-se, provisório, pois não se tem certeza de
prazos. Toda a rotina é alterada, estamos diante de uma transformação nos
hábitos, alimentação, lazer, trabalho e nunca a tecnologia esteve tão
presente em nossas vidas. Mesmo o homem sendo um ser social, se vê limitado por
poder ter suas relações interpessoais mediada por aparelhos, celulares,
computadores, etc...os mais resistentes estão se rendendo e tendo que aprender
a sobreviver neste contexto.
Victor Frankl, psiquiatra, viu sua
família sucumbir no holocausto e ele sobreviveu, com muitos aprendizados,
dentre eles, afirma que diante de uma situação imposta de forma inesperada, o
homem para se adaptar tem muitas alterações, inclusive físicas.
Trazendo esse assunto para a pauta de
uma escola, penso ser muito ingênuo tentar continuar ministrando as aulas
apenas mudando do presencial para o não presencial, adequação de estratégias,
planejamento e avaliação. A questão demanda uma discussão mais profunda, o
mundo está tentando literalmente sobreviver. A mídia em tempo real traz
números de infectados, de óbitos, de brigas políticas, as fake
news. Há uma intoxicação diária daqueles que consomem informações. Sem
dúvida não é necessário chegar ao ponto de alienar-se. Em contraponto não
chegar ao ponto de adoecer, os números estão indicando o aumento da depressão,
síndrome do pânico, fobia de toda ordem.
Diante do cenário apresentado, é
preciso pensar a educação escolar, com o papel exclusivo, o qual a escola
possui, o ensino, e como este não é neutro, está mergulhado na cultura. Por
incrível que pareça vem ao encontro de muitas premissas assumidas pela BNCC, ao
propiciar o desenvolvimento de um ser humano integral e não somente intelecto.
As 10 competências sugerem que o adolescente, jovem e o adulto do século XXI
precisam mais que o domínio de conteúdos e sim saber o que e quando
fazer com tal currículo, ser um sujeito de direitos, traçando a sua jornada e
seja o autor de sua história.
Esse contexto propicia a oportunidade
em rever valores individuais e coletivos, sociais, reconhecer o estudante como
alguém que domina a informática, contudo não domina seus sentimentos diante
deste turbilhão de informações.
Mais que pensar em recuperação
paralela, urge planejar os tempos de estudantes e docentes, para tanto é
necessário tomar um distanciamento pedagógico e observar a situação com o olhar
da filosofia, psicologia e espiritualidade. Essa geração nunca precisou tanto do
outro, do verbo "esperançar", de sua família, e admitir que sozinho é
frágil, mas em grupo, sendo humilde, torna-se forte. Deixar de lado uma vida
agendada, para viver o presente, tirar lições que vão além dos conteúdos
escolares.
Compreendo e conheço as leis a serem
cumpridas, normativas dos sistemas, contudo tenho certeza que um ano letivo
diante de vidas, essas possuem muito mais valor, pois há tempo para tudo.
Quando esse estudante despertar em sua necessidade de conhecimentos,
identificar seus “buracos”, como trata a psicóloga Alicia Fernandes, ele mesmo
irá buscar a bagagem necessária nas diversas ciências. Vamos pensar nisso com a
inteligência fora dos padrões estabelecidos e com muito amor pela
humanidade.