Maria Helena
Em 21 e 22 de maio do ano
corrente, fiz dois posts neste Blog, com os títulos, respectivamente: Tempos de
Pandemia e Globalização: Novo Cenário da Educação Escolar; Avaliação Escolar em
Tempos de Tecnologia e em 04 de junho: Professores Resistentes ou Autoridades
longe da Realidade Docente?
Observando alguns estudantes,
docentes e gestores neste processo, fico pensando que nunca as reflexões de
Madalena Freire (1996) fizeram tanto sentido em suas orientações: Observação,
Registro e Reflexão. Percebo uma grande preocupação da escola com o
planejamento docente e a avaliação, no entanto, estariam registrando toda essa
trajetória, todas as questões decorrentes deste momento de aula não presencial?
Outro dado fundamental observado
por mim e, que, é o momento de enraizar é o tripé de uma universidade: Ensino,
Pesquisa e Extensão. Imagino o número de pesquisas como conclusão de curso na
área da saúde sobre o corona vírus: na infância, adolescência, adulto, idosos,
fitoterápicos, alopatia, homeopatia, alternativa, complementares, também as
questões psicológicas, emocionais e sociais das citadas populações; fatores
econômicos, empregabilidade como indicadores das dificuldades encontradas. Além
disso, nunca se viu tanta procura por profissionais de tecnologia, setor de
Desenvolvimento Humano, segurança do trabalho. Portanto, há um paradoxo,
continua-se a ter um tema comum para a pesquisa, contudo, a relação intrínseca
que sempre se buscou teoricamente no papel social da universidade continua
fragmentado.
É visível, por meio dos
treinamentos oferecidos pelas redes e Unidades Escolares, a justaposição de
teorias tratando do assunto “novo normal”. É necessário prestar atenção nos
termos: normal, deriva de norma. Onde e por que surgiu esse “marco”? Quem criou
as normas? Toda norma é padrão, assim, estabelecido.
Estão sendo utilizados muitos
termos com conceitos diferenciados, seria necessário reconhecer o conhecimento
prévio do povo, dos grupos sociais. Quais canais são utilizados e quais
filtros, para que a informação chegue a esses? E os processamentos de
decodificação desta informação em seu contexto sociocultural? Estariam todas
essas questões sendo descritas, observadas, teorizadas para a “história”, para
que no processo não sejam repetidos os mesmos” erros” daqui 50, 70, 100 anos.
O denominado período pós-moderno,
contemporaneidade e outras denominações “futuristas”, vem gerando uma rotina
além de robótica, estressante, pois os jovens, estudantes, docentes, pais e
gestores escolares, não estão conseguindo processar tantas orientações, tantas
atualizações. Estão ficando “intoxicados”. Toda essa conjuntura necessita ser
retratada e não somente as ferramentas utilizadas para as aulas remotas, as “metodologias”
criadas. Ratificando que o conceito de metodologia transcende um conjunto de técnicas
e recursos.
Voltando ao papel da
universidade, neste contexto, suas pesquisas continuam com o mesmo tema, sem
haver interlocução entre as áreas, nem utilizarei o termo
interdisciplinaridade, pois o máximo que estão conseguindo é a
multidisciplinaridade.