sábado, 10 de outubro de 2020

REGISTRANDO MEMÓRIAS: TEMPO DE APRENDER

                                         Maria Helena

 

Em 21 e 22 de maio do ano corrente, fiz dois posts neste Blog, com os títulos, respectivamente: Tempos de Pandemia e Globalização: Novo Cenário da Educação Escolar; Avaliação Escolar em Tempos de Tecnologia e em 04 de junho: Professores Resistentes ou Autoridades longe da Realidade Docente?

Observando alguns estudantes, docentes e gestores neste processo, fico pensando que nunca as reflexões de Madalena Freire (1996) fizeram tanto sentido em suas orientações: Observação, Registro e Reflexão. Percebo uma grande preocupação da escola com o planejamento docente e a avaliação, no entanto, estariam registrando toda essa trajetória, todas as questões decorrentes deste momento de aula não presencial?

Outro dado fundamental observado por mim e, que, é o momento de enraizar é o tripé de uma universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão. Imagino o número de pesquisas como conclusão de curso na área da saúde sobre o corona vírus: na infância, adolescência, adulto, idosos, fitoterápicos, alopatia, homeopatia, alternativa, complementares, também as questões psicológicas, emocionais e sociais das citadas populações; fatores econômicos, empregabilidade como indicadores das dificuldades encontradas. Além disso, nunca se viu tanta procura por profissionais de tecnologia, setor de Desenvolvimento Humano, segurança do trabalho. Portanto, há um paradoxo, continua-se a ter um tema comum para a pesquisa, contudo, a relação intrínseca que sempre se buscou teoricamente no papel social da universidade continua fragmentado.

É visível, por meio dos treinamentos oferecidos pelas redes e Unidades Escolares, a justaposição de teorias tratando do assunto “novo normal”. É necessário prestar atenção nos termos: normal, deriva de norma. Onde e por que surgiu esse “marco”? Quem criou as normas? Toda norma é padrão, assim, estabelecido.

Estão sendo utilizados muitos termos com conceitos diferenciados, seria necessário reconhecer o conhecimento prévio do povo, dos grupos sociais. Quais canais são utilizados e quais filtros, para que a informação chegue a esses? E os processamentos de decodificação desta informação em seu contexto sociocultural? Estariam todas essas questões sendo descritas, observadas, teorizadas para a “história”, para que no processo não sejam repetidos os mesmos” erros” daqui 50, 70, 100 anos.

O denominado período pós-moderno, contemporaneidade e outras denominações “futuristas”, vem gerando uma rotina além de robótica, estressante, pois os jovens, estudantes, docentes, pais e gestores escolares, não estão conseguindo processar tantas orientações, tantas atualizações. Estão ficando “intoxicados”. Toda essa conjuntura necessita ser retratada e não somente as ferramentas utilizadas para as aulas remotas, as “metodologias” criadas. Ratificando que o conceito de metodologia transcende um conjunto de técnicas e recursos.

Voltando ao papel da universidade, neste contexto, suas pesquisas continuam com o mesmo tema, sem haver interlocução entre as áreas, nem utilizarei o termo interdisciplinaridade, pois o máximo que estão conseguindo é a multidisciplinaridade.

Portanto, vejo como imprescindível a forma de registro deste momento, e como esta teoria chegará aos envolvidos no processo, os agentes da recorrente história