SCHOOL EVALUATION IN TECHNOLOGY TIMES
Maria
Helena
No texto anterior refletimos sobre as questões que envolvem o humano
de cada ser diante do contexto atual. Agora iremos nos acercar da escola e seus
elementos, lembrando que desde sua instituição legal, várias foram as tendências
a partir de linhas filosóficas implantadas de acordo com as necessidades
sociais.
Assim,
de início a escola não foi feita para todos, contudo para grupos seletos, porém com o “desenvolvimento da sociedade” e lutas de categorias políticas,
profissionais, entre outros, chegou-se ao que se denomina escola laica e
gratuita para todos. Assim, aprender ler e escrever, fazer contas, frequentar 2
ou 3 anos de escola, devendo sair para trabalhar, foi um avanço para o povo que,
finalmente, podia assinar seu nome e não se sentir tão dependente de outrem.
A cada
linha pedagógica apresentada havia em tese, uma série de alterações que,
na prática, permanecia um docente a ensinar e um pupilo na condição de aprendiz, mediado por recursos e técnicas: quadro e giz, ou lousa, memorização e testes. Outras
tecnologias foram aparecendo e o docente a se adaptar, porém primeiro viria a
negação, resistência ao que é novo. Imagine o docente que até dominava os
assuntos e a sequência dos mesmos, perceber seu aprendiz também possuidor de um
livro didático? Que poderia estudá-lo em casa e fazer perguntas ao mestre que, talvez, não
conseguisse responder na hora. Pois o modelo de professor e de aluno naquele
momento não é o que temos hoje. Vamos além, os livros da escola tecnicista eram verdadeiros manuais e traziam as respostas no próprio livro, para que o
estudante pudesse conferir, por consequência precisaria muito pouco dos
conhecimentos do mestre. E quando tiveram acesso às bibliotecas, e as aulas
passam a ser dialogadas e não somente o monólogo, exposição do professor.
A cada
novo paradigma instalado, o perfil autoritário docente sofria muito, pois foi
inculcado que o mestre tudo deveria saber. Sem dúvida que o docente deve conhecer sua
disciplina e sua área de conhecimento, problematizá-la, transitar em seus
múltiplos aspectos, no entanto o docente não é máquina.
Agora
estamos vivendo um novo arquétipo. Assim, das tecnologias do retroprojetor,
slides, para celulares, computadores, informações com uma velocidade ímpar, o
docente mal conseguia colocar em seus planejamentos anuais e agora deve
vivenciar por aulas online. Se para
muitos era complicado utilizar o diário informatizado, abrir e-mail diariamente, permitir o uso de calculadoras, levar aparelhos
de som e TV para a sala, entendendo-os como meros recursos metodológicos, para
dinamizar o processo de aprendizagem, portanto sendo coerente aos objetivos e à
avaliação, imagine nas condições que a situação atual impõe.
A avaliação
sempre foi uma das dificuldades encontradas pela escola, entre os que pensam a
avaliação, tecem as teses e quem está no chão da escola a acompanhar cada
estudante, pois atualmente não bastam provas para aferir o quanto de conteúdo o
estudante absorveu. Faz-se necessário elaborar um planejamento que contribua na
formação destas crianças, adolescentes, jovens e adultos, logo o ensino ganha
uma nova conotação. Se no ensino presencial avaliar significa estudar todos os
elementos que fazem parte deste contexto ensinar do professor e aprender do
estudante, sendo assim,não é algo simples é complexo, mas não difícil para uma
escola que constrói conjuntamente o seu projeto pedagógico e estuda nas
reuniões: planejamento, perfil de estudante, importância das áreas de
conhecimentos, indicadores de avaliação e currículo mínimo...
Vimos
que no ensino presencial muitos pecados são cometidos, devido ao sistema de educação
caótico o qual possuímos, não temos um conjunto de elementos, temos um mosaico,
fragmentos de modelos de diferentes países. Diante ao exposto, no ensino não
presencial, em um curto período de tempo, a escola não irá acertar de primeira,
é algo novo para muitos. Demanda estudo, compreensão e paciência de toda a
sociedade. Temos de lidar primeiro com ranços, resistência e o próprio reconhecimento
de que ignorar algo não é pecado. Aceitar a situação vivida por todo o mundo,
assim toda a educação escolar está passando por esta prática ou similar. Que o
não presencial não é somente tele aula, pois educação a distância existe há
muito tempo, utilizando os correios para enviar os livros com os tutoriais de
ensino. Muitos lugares do Brasil que não há internet em todos os lares, devem
encontrar estratégias para o estudante conseguir estudar.
Aqui
vem outra reflexão, afirmar sobre um distanciamento ainda maior entre as
classes sociais devido os que possuem internet e um tutor em casa e os que os
pais mal sabem ler é hipocrisia. A bagagem cultural das duas classes sempre
esteve instalada, daquele que viaja, está em aulas de língua estrangeira, faz
cursinho para tudo e convive com quem domina a língua portuguesa, reconhece
o valor da ciência e do outro grupo que vai para a escola porque existem leis
LDB, ECA, ainda os auxílios econômicos.
Voltando
ao tema avaliação, não resolve esperar passar a pandemia, voltar a aula
presencial para conseguir avaliar a metodologia, os docentes, a gestão e cada
estudante, pois avaliação sempre foi isso, e não somente saber o que cada
estudante aprendeu. é necessário rever o projeto pedagógico e elencar de forma clara os
indicadores de avaliação para cada seguimento. Observar as atividades propostas
online, os comandos, ou seja, o que o
estudante deve fazer, o tempo que levará, quantas disciplinas ele cursa e
lembrar que se o docente não está “chamando”, incentivando como na sala, nosso
estudante não desenvolveu o perfil de autonomia intelectual capaz de buscar por
si mesmo, salvo alguns.
Penso
que estamos vivendo uma fase difícil, pois somos resistentes às mudanças, temos
muito medo do erro, contudo quando o erro vem em forma de hipótese foi uma
tentativa importante. Aquele que se permitir sairá mais fortalecido, com mais propriedade
e um novo olhar, ampliando avaliação no
processo ensino aprendizagem para avaliação do processo ensino aprendizagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário