sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Amor próprio não é egoismo

Self-love is not selfishness           

Maria Helena

  Este canal destina-se à formação continuada, não somente profissional, pois dentro deste, há um ser e, em tese, humano. Não uma humanidade pautada em uma visão daquele que possui inteligência, portanto se difere dos outros animais. É, sim, uma percepção de humanidade, que a cada dia busca se construir em um amor por si.

Nossa sociedade contemporânea, ainda, reproduz o contexto vivido na modernidade. Em nome da arte e do belo, ainda da espiritualidade, ou religião, muitos modelos imperam e, adequar-se aos padrões, nem tão discretamente pulverizados na sociedade, é um acordo tácito entre cidadãos. Eu entendo como um pacto entre mediocridades.

Somos seres sociais, precisamos dos outros por diversos fatores. Mas, para isso é necessário se reconhecer no cenário, o qual se vive. Ainda, se reconhecer nos potenciais, nas possibilidades que a vida oferece e perceber se está doando o melhor de si para si mesmo. Isso não é egoísmo, partindo do suposto que para amar ao outro eu devo ter desenvolvido um amor por mim. E isso significa o cuidado com a minha vida, respeito com os meus pertences. Saber que somos uma referência, enquanto ser humano, no nosso espaço social. Entender a necessidade da completude.

Iniciei dizendo que este é um canal de formação, reforçando agora essa compreensão da observação de si para além dos números de nossos documentos e títulos acadêmicos.

Entendo ser bastante difícil este mundo frenético de informações, gera um ambiente que, por vezes, escorregamos, esquecendo nossos valores mais sagrados, nossa essência.

Hoje não cabe procurar justificativas nas áreas de filosofia, psicologia, antropologia...é simples...é perguntar o que de bom, bonito, real eu tenho a oferecer para mim e para aqueles que encontro em qualquer ambiente ou situação.

O egoísmo está em quando eu imagino ser merecedor de um apreço maior do que os demais, quando não tenho a dimensão de quem eu represento para mim e os demais, desconhecendo as falhas, as incoerências que todo ser humano possui, pois está em busca do completar-se. O egoísmo dói, fere, machuca. O amor próprio cuida, cicatriza, compreende as próprias defesas.

A tão falada empatia, colocar-se no lugar do outro, para daquele lugar olhar o mundo e, então, tentar compreender o outro. Parece contraditório, porém as vezes nos colocamos no lugar dos outros e não nos colocamos em nosso lugar real, sem fantasias. Para eu cuidar do outro, devo saber cuidar de mim.

É um exercício diário, a cada dia, a cada dia, semana.. alimentar este cuidar de si. Aprender com a natureza, a paciência no desenvolvimento, as reservas para momentos de necessidade, a luz não somente para brilhar, mas para iluminar, o calor na medida certa, as estações, o escurecer para voltar-se para si, o amanhecer para recomeçar.

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