quinta-feira, 28 de agosto de 2014

PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE COCAL DO SUL-SC: RELATO DE EXPERIÊNCIA


Maria Helena da Silva Meller

Presto assessoria à secretaria de educação de Cocal do Sul desde o ano de 2013, com questões de PPP, entre outros assuntos pedagógicos do cotidiano de uma secretaria.
Quando a secretária de educação Raquel Romagna solicitou a elaboração do Plano Municipal de Educação, pautamos a ação no pensar coletivo, conhecimento da realidade local e nas metas e estratégias do PNE.
De acordo com as leis em vigor, referentes ao assunto, os municípios tem até junho de 2015 para elaborar o seu PME, à luz do PNE, aprovado em 2014.
Esse procedimento político não surge neste cenário a partir, somente, das leis. Ele decorre da Constituição de 1988, como resultado de cinquenta anos, depois da primeira experiência oficial. Esta C.F. retomou a ideia de um plano nacional de longo prazo, o Art. 214 contempla esta obrigatoriedade.
 “A lei estabelecerá que o Plano Nacional de Educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e a integração das ações do poder público a conduzam à:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do país.”
Corroborando neste sentido, a LDB explicita então: “Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei”.
O trabalho em Cocal do Sul, com relação ao PME, principiou com uma reunião de trabalho com a equipe da secretaria de educação, a secretária Raquel e três coordenadoras pedagógicas, Luciane dos Santos, Janaina Zacaron para elaboração da proposta metodológica. Sendo Paula Cechinel a coordenadora dos trabalhos referentes aos encaminhamentos do PME.
O discurso sobre a gestão democrática aparece na maioria dos textos que mencionam a educação escolar, principalmente citando a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases atual. Contudo, mesmo sendo um princípio constitucional, apresentando como pressupostos a participação efetiva dos cidadãos, o respeito mútuo à diversidade de ideias, a responsabilidade dos envolvidos, isso motiva, por vezes, a dificuldade da ação, pois estamos, ainda, muito focados no discurso. É fundamental que o plano de educação seja elaborado com a representação de toda a sociedade, pois quanto mais representativa for a participação no desenvolvimento dos trabalhos, espera-se mais compreensão e comprometimento com a sua exequibilidade, ou seja, um acompanhamento rigoroso em sua implantação, execução, acompanhamento e avaliação
Convictos nessas premissas, partiu-se então para a apresentação da metodologia para representantes da sociedade civil organizada, ali estavam diretoras das escolas municipais, estaduais, particular, faculdade, APAE, legislativo, vereadores, sindicato, entre outras.
Como parte dos trabalhos com a comunidade, a palestra do professor João Gama da UNDIME, expôs os motivos, o histórico, reforço na necessidade e importância deste momento. Aqui estão docentes de todas as instituições. Fazendo a seleção de pessoas que poderiam formas as subcomissões para trabalhar com os temas propostos.
O trabalho de cada subcomissão é ler as 20 metas do Plano Nacional de Educação, estudar os aspectos social, histórico, geográfico, demográfico, econômico e, principalmente, os dados de escolarização da população. Fazer o diagnóstico de cada nível e modalidade de escolarização, onde está cada cidadão pela fixa etária e onde deveriam estar. Para tanto, propor metas e estratégias para os próximos 10 anos, pois este é o propósito do plano, em nível municipal, a população pensando a educação.
Concomitante ao processo, a equipe técnica e coordenadora dos trabalhos e eu nos reuníamos para avaliar e planejar os procedimentos. Em 28-08 houve a mobilização das subcomissões, direcionando os trabalhos em específico. Propondo um coordenador para cada subcomissão, esses formando a comissão. Por ato oficial do executivo, nomeou-se cada titular e seu suplente.
Cada subcomissão elaborou seu calendário de encontros, recebendo uma ficha orientadora dos procedimentos seguintes, dos estudos, dos trabalhos com os dados estatísticos, das discussões em suas instituições de origem;
As orientação da escrita de acordo com a ABNT (citações, diretas, indiretas, fontes, gráficos, - buscas on line, IBGE, OCDE, IDEB municipal, etc) também aconteceram.
A ênfase durante o processo, até então, é que haja a compreensão da importância do trabalho coletivo, da necessidade de respeitar a realidade.
Penso ser oportuno esse trabalho, inclusive em respeito aos colegas que atuavam nas décadas de mil novecentos e oitenta e noventa, onde enfrentavam questões políticas bastante adversas. Repressão de toda ordem. Cabe a nós em um cenário mais propício, aproveitar a ocasião e elaborar o plano dos desejos, que venha, de fato, ao encontro das necessidades.
Os dados relatados até aqui nos certificam para os encaminhamentos posteriores. Reunião da secretaria, CME e coordenadores das comissões, mensalmente para acompanhar e validar todo o processo, preparação do documento preliminar pela equipe técnica e comissão, enviando o mesmo para estudo nas instituições participantes. Reelaboração do documento, agora oficial, bem como elaboração do projeto de lei para direcionamento à Câmara de vereadores pelo prefeito municipal para aprovação final.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
_____. Lei n. 9394/1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
_____. Caderno de Orientações. Ministério da Educação / Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (MEC/SASE), 2014.
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Documento norteador para elaboração de Plano Municipal de Educação – PME / elaboração Clodoaldo José de Almeida Souza. – Brasília: Secretaria de Educação Básica, 2005.


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