Maria Helena
Com a decisão de que as aulas seriam a
distância, para outros não presencial, para alguns é presencial sim, pois dois
sujeitos estão interagindo, enfim com essa nova configuração, temos muitas
ferramentas sendo apreendidas, mas também muitos descobrindo que um trabalho
multidisciplinar é possível. Em alguns casos raros, a interdisciplinaridade
fazendo parte do cenário, pois essa não é somente uma metodologia é uma
concepção, uma linha filosófica que vai além da justaposição de conteúdos, é
sim, ao estudar um tema, perceber que determinada área de conhecimento precisa
da outra para olhar o objeto em estudo sob vários prismas e, assim,
proporcionar ao estudante oportunidades em formular novos conceitos que não são
conteúdos transmitidos por diferentes componentes curriculares.
Constato que a situação obrigou a
escola olhar o estudante como um ser que deve ir em busca, assim como o
docente. Talvez seja decorrente de um número de estudantes menor participando
das aulas, fazendo com que esses sintam mais liberdade em problematizar, trazer
conhecimentos de outras áreas para completar aquele objeto em estudo, fazendo
com que os docentes precisem conversar sobre. Não há um planejamento à priori,
pois quando planejam, acabam caindo na aula integrada ou multidisciplinar.
Vale também uma reflexão do que venha a
ser o curso, o qual o estudante percorre, o currículo construído em sua jornada,
por isso ser o autor, protagonista de sua caminhada, não necessita de uma
justaposição de definições e fórmulas a serem decoradas. E sim, compreender que
para o desenvolvimento de suas habilidades e competências, não somente a
memória é imprescindível, também a compreensão, interpretação e tantas
operações mentais, situar na ciência, na cultura, nas reorientações sociais da história.
O papel social da escola, vai muito além muros.
E tudo que as leis prevêem sobre
questões Inter setoriais e sistemas? Pois o Brasil não possui um sistema de
educação, é formado por sistemas de colaboração e cooperação entre esferas. Se falar em ADE,
a maioria dos docentes que agora lê este material, desconhece. Contudo, é o que
vem ocorrendo de forma mais contundente. Cada unidade, buscando parceiros para
poder cumprir com sua meta, nunca o prescrito no PPP esteve tão próximo
da realidade. Buscas por dados em esferas superiores, em diferentes setores,
para verificar as possibilidades, sempre levando em consideração a quantidade de horas às quais o estudante
tem direito. O direito subjetivo do estudante sendo percebido com um outro
olhar, inclusive por muitas famílias. Sem a ingenuidade de que todos os
responsáveis estejam pensando no direito de aprender do sujeito, e sim em não
cair nas mãos do MP e similares.
Reconheço não ser fácil para nenhum
daqueles incluídos no sistema escolar, quer pais, estudantes, docentes e
gestores. Contudo, entendo que cada um deve estar sendo o seu melhor, sendo um
pesquisador, colocando em prática todas as orientações e avaliando, revisando
sua prática, não mais de uma forma linear, porque, embora deva se respeitar a
lei do distanciamento físico, a conexão virtual está em todas as ações da
sociedade.
Não sei se sairemos melhores ou piores,
deste espaço de tempo, pelo aprendizado proporcionada e a forma como se percebe a situação, sairemos diferentes, com certeza. Porque temos
o olhar sobre o individual e sobre o social. Mas é assunto para outra conversa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário